Balanço
Já há muito que não tinha um virar de ano com tanta paz de espírito.
Desde 2003 que este se revestia de uma certa angústia pela incerteza do ano que inteirinho se perfilava perante mim.
Na passagem para 2004, temia o início da vida laboral. Terminara o curso em Outubro último e depois de alguns meses de férias, chegava a altura de iniciar o estágio. O receio pelo desconhecido, aliado à falta de gosto pela advocacia, angustiavam-me.
2004 veio a revelar-se provavelmente o pior ano da minha vida. Julgo que nunca me senti tão infeliz como naqueles dias em que diariamente apanhava o comboio das 7.30 para o Porto, em que mais parecia que me dirigia para a forca.
Cidade outrora amada, tornou-se local de tortura e a simples passagem ao largo, em direcção da casa dos meus avós, era motivo suficiente para me deixar nauseada.
O ano de 2005 iniciou-se com a incerteza dos resultados dos exames que fizera em Dezembro. Deles dependiam o meu futuro (profissional): passando, seguiria a minha vocação; em caso contário, teria de voltar ao sofrimento do ano anterior. A perspectiva era aterradora.
Felizmente consegui. Mas à alegria do sucesso, seguiram-se meses de estagnação e de expectativa: o desenrolar do concurso era lento e foi necessário todo o ano de 2005 para finalmente surgir a notícia do estágio.
A passagem para 2006 revestia-se assim de uma nova ansiedade: trabalhar num novo local, com novas pessoas, numa área, que embora do Direito, me era praticamente desconhecida. O medo de descobrir que afinal não queria seguir notariado (e nesse caso, qual alternativa?) e de, num momento posterior, me lançar sozinha, com um espaço e responsabilidades só minhas.
2006 foi um ano muito bom: adori o estágio e as pessoas com quem convivi durante um ano. Confirmei vocações, consolidei conhecimentos. Tive o privilégio de trabalhar na minha cidade. Dancei muito.
2007 iniciava-se com grande responsabilidade. O Cartório estava quase pronto a abrir portas. Era altura de tomar as rédeas da minha profissão. Seria capaz? Resultaria?
Há um ano atrás dizia:
"Espero daqui a um ano poder fazer um balanço pelo menos tão positivo como o anterior".
É com muita satisfação que posso dizer que sim. Não sei se 2007 foi melhor que o ano anterior, mas foi um bom ano.
A 1 de Fevereiro abri portas do MEU cartório. Com um arranque calmo, cuidadoso, comecei a conhecer pessoas, a fidelizar clientes, a tratá-los pelo nome, a reconhecer as suas vozes ao telefone, a crescer. Não tenho grandes ambições. Resultou.
Houve, claro, momentos de incerteza, de insegurança, de descrédito nas minhas capacidades; mas nada que uma boa noite de sono, um telefonema a um colega mais experiente ou um ombro amigo não curassem.
Em 2007 cheguei a Oz e dele me despedi quse no fim do ano.
Em 2007 fiz algumas viagens que me deixaram memórias boas: Barcelona, em Abril, numa maratona de carro; Algarve em Agosto para descansar um pouco e dar alguma cor ao corpo; Melgaço em Setembro, para um fim de semana com o namorado; Suécia em Outubro para matar as saudades de uma amiga e descobrir um país lindo.
Do lado de lá da fronteira recebi boas amigas que há muito não via, dias de sol inesquecíveis com muitas fotos à mistura. O regresso de uma delas uns meses depois para, em jeito de surpresa, me ver no palco.
Em 2007 Nós crescemos. Nada definido, nada falado concretamente, mas o desenho de um futuro, o prenúncio de algo mais. O sentimento sempre, cada vez mais forte, mais coeso, mais maduro.
Em 2007, algumas perdas. As primeiras.
2008 começa tranquilo. O Cartório segue o seu curso. Uns meses melhor, outros menos bem. As dúvidas surgem, mas são encaradas com maior serenidade. As relações pessoais são estáveis e felizes. Há projectos de inúmeras viagens. De alguns bailados.
Por isso digo que na passagem de ano não houve lágrimas. Sem anseios, angústias ou incertezas. Gosto de entrar no novo ano com esta tranquilidade. Como há muito não acontecia.
Desde 2003 que este se revestia de uma certa angústia pela incerteza do ano que inteirinho se perfilava perante mim.
Na passagem para 2004, temia o início da vida laboral. Terminara o curso em Outubro último e depois de alguns meses de férias, chegava a altura de iniciar o estágio. O receio pelo desconhecido, aliado à falta de gosto pela advocacia, angustiavam-me.
2004 veio a revelar-se provavelmente o pior ano da minha vida. Julgo que nunca me senti tão infeliz como naqueles dias em que diariamente apanhava o comboio das 7.30 para o Porto, em que mais parecia que me dirigia para a forca.
Cidade outrora amada, tornou-se local de tortura e a simples passagem ao largo, em direcção da casa dos meus avós, era motivo suficiente para me deixar nauseada.
O ano de 2005 iniciou-se com a incerteza dos resultados dos exames que fizera em Dezembro. Deles dependiam o meu futuro (profissional): passando, seguiria a minha vocação; em caso contário, teria de voltar ao sofrimento do ano anterior. A perspectiva era aterradora.
Felizmente consegui. Mas à alegria do sucesso, seguiram-se meses de estagnação e de expectativa: o desenrolar do concurso era lento e foi necessário todo o ano de 2005 para finalmente surgir a notícia do estágio.
A passagem para 2006 revestia-se assim de uma nova ansiedade: trabalhar num novo local, com novas pessoas, numa área, que embora do Direito, me era praticamente desconhecida. O medo de descobrir que afinal não queria seguir notariado (e nesse caso, qual alternativa?) e de, num momento posterior, me lançar sozinha, com um espaço e responsabilidades só minhas.
2006 foi um ano muito bom: adori o estágio e as pessoas com quem convivi durante um ano. Confirmei vocações, consolidei conhecimentos. Tive o privilégio de trabalhar na minha cidade. Dancei muito.
2007 iniciava-se com grande responsabilidade. O Cartório estava quase pronto a abrir portas. Era altura de tomar as rédeas da minha profissão. Seria capaz? Resultaria?
Há um ano atrás dizia:
"Espero daqui a um ano poder fazer um balanço pelo menos tão positivo como o anterior".
É com muita satisfação que posso dizer que sim. Não sei se 2007 foi melhor que o ano anterior, mas foi um bom ano.
A 1 de Fevereiro abri portas do MEU cartório. Com um arranque calmo, cuidadoso, comecei a conhecer pessoas, a fidelizar clientes, a tratá-los pelo nome, a reconhecer as suas vozes ao telefone, a crescer. Não tenho grandes ambições. Resultou.
Houve, claro, momentos de incerteza, de insegurança, de descrédito nas minhas capacidades; mas nada que uma boa noite de sono, um telefonema a um colega mais experiente ou um ombro amigo não curassem.
Em 2007 cheguei a Oz e dele me despedi quse no fim do ano.
Em 2007 fiz algumas viagens que me deixaram memórias boas: Barcelona, em Abril, numa maratona de carro; Algarve em Agosto para descansar um pouco e dar alguma cor ao corpo; Melgaço em Setembro, para um fim de semana com o namorado; Suécia em Outubro para matar as saudades de uma amiga e descobrir um país lindo.
Do lado de lá da fronteira recebi boas amigas que há muito não via, dias de sol inesquecíveis com muitas fotos à mistura. O regresso de uma delas uns meses depois para, em jeito de surpresa, me ver no palco.
Em 2007 Nós crescemos. Nada definido, nada falado concretamente, mas o desenho de um futuro, o prenúncio de algo mais. O sentimento sempre, cada vez mais forte, mais coeso, mais maduro.
Em 2007, algumas perdas. As primeiras.
2008 começa tranquilo. O Cartório segue o seu curso. Uns meses melhor, outros menos bem. As dúvidas surgem, mas são encaradas com maior serenidade. As relações pessoais são estáveis e felizes. Há projectos de inúmeras viagens. De alguns bailados.
Por isso digo que na passagem de ano não houve lágrimas. Sem anseios, angústias ou incertezas. Gosto de entrar no novo ano com esta tranquilidade. Como há muito não acontecia.
3 Comments:
At 4/1/08 16:41, Anónimo said…
=)
que bom ler tudo isto :)
At 4/1/08 22:17, Taralhoca said…
Eu gostava de ter as tuas certezas. Fico-me pelas incertezas esperançosas...
At 7/1/08 22:36, Anónimo said…
Penso che il bilancio di tutti questi anni insieme è stato buono, hai avuto tempi dificile, ma alla fine sei stata capace di vencere tutto e arrivare dove sei!!!
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