Ó tempo, volta para trás...

É difícil o acordar para a realidade.
Num dia estamos no palco, sob as luzes, noutro estamos no Cartório, rodeadas de escrituras; num dia estamos a dançar para centenas de pessoas que nos aplaudem, noutro a atender clientes muitas vezes rezingões; num dia estamos em alegre convívio, cantando ruidosamente por cima das vozes de todos os demais, partilhando experiências dos últimos dias, noutro somos tratadas por Drª, comportando-nos de acordo com a formalidade que o local de trabalho exige...
Sim, foram quatro dias maravilhosos, em que fomos os anfitriões das outras escolas, enchemos a plateia até ao limite, rimos até a barriga doer, reforçámos os laços de companheirismo e até chorámos com algumas despedidas (há quem prefira comer morangos com açúcar do dançar ballet...).

Hoje o nó no estômago já diminuiu e por isso consigo escrever. Ontem apetecia-me dormir até mais não. Se a minha (recente) profissão me deixa satisfeita, a verdade é que a dança, com tudo o que ela envolve (aulas, ensaios, organização de espectáculos, espectáculos), me faz infinitamente mais feliz.

Mas agora tenho de pensar no próximo projecto. Os resultados do concurso não tardarão a sair e em breve terei de tratar da organização do meu Cartório (e como assusta dizer isto). Resta-me esperar que o ballet possa continuar a ser um hobbie, compatível com o meu dia-a-dia.

Ps, Susaninha, não torci dedinho nenhum. Correu tudo bem, embora me sinta cada vez mais nervosa, o que faz com que não consiga dar o meu melhor... Quanto ao filme, quando me vieres visitar mostro-to. Se tivesses vindo este fim de semana, ter-me-ías visto ao vivo e a cores!