O cair do pano

Infelizmente terminou.
É altura de pendurar os vestidos, guardar os adereços e tirar as pinturas.
As lágrimas afloram aos olhos e as saudades destes momentos que ainda agora terminaram já se fazem sentir.
Mas ficamos com a alegria das boas recordações. Sabemos que demos o nosso melhor. Divertimo-nos e entretivemos o público.

Estes últimos dias foram absolutamente maravilhosos. E o 1º dia depois da rotina criada nos últimos 4 tem um sabor amargo.
Chegam as 18h e custa-me não estar a caminho do teatro. Entrar nos bastidores e sentir o cheiro do palco. Pentearmo-nos e pintarmos-nos uns aos outros enquanto olhamos incessantemente o relógio. Jantar "pic-nic" ao som do "pinheirinho" e de canções da Disney. Aquecimento no palco entremeado de piadas que só para nós fazem sentido. Por fim, colocar os vestidos (João, não entres! Ricardo, vira as costas!) e sentirmo-nos mais espanholas.

Chegam as 21.30 e não ouço a música a começar que nos dá o sinal de entrada; não vejo sombras no público nas quais tento adivinhar os meus pais ou amigos. As pernas já não tremem de nervoso ante o medo de falhar; já não é necessário mandar calar as miúdas nos bastidores de segundo a segundo.

00h: já não há público a quem agradecer; não abraço os meus colegas com força; não há mais fotos "loucas" para tirar...

O pano caiu.