Perdi o hábito e também, ao que me parece, a vontade.
Perdi também, pelo meu silêncio tão prolongado, as visitas habituais. Se uma casa fecha portas durante tanto tempo, os clientes seguem para outras paragens e talvez, só por descargo de consciência, voltem a um local do passado.
Mas hoje, ao ouvir na radio que, às 9 da manhã estavam 4 graus na Guarda e 7º em Braga, apeteceu-me assinalar o fim de (mais) um Verão e o início do Outono.
Verão de férias (Lanzarote, Algarve), casamentos (nacionais e internacionais) e de 30 anos comemorados.
A reentré a nível profissional começou tranquila e passa agora por uma fase de ebulição, seguida de uma previsivel acalmia. São os altos e baixos de uma profissão que atravessa um período de alguma instabilidade.
Enquanto bailarina, o regresso trouxe-me uma noticia agradável e que me deixa orgulhosa, embora com sentimento de grande responsabilidade: a atribuição do papel de Cinderela no espectáculo com o mesmo tema a apresentar em Março do novo ano.
O friozinho que já se sente de manhã e ao fim da tarde sugere já o início de uma época do ano que tanto gosto. As castanhas, os agasalhos, as lareiras acesas nas casas.
E o fim de semana que aí está à porta, prolongado e passado no Alentejo em boa companhia, já com o prenúncio desse clima que convida à intimidade, recebe Outubro e o Outono em beleza.