bailaroska

Bailaroska. (Quase) desde sempre e para sempre. Mesmo quando as pernas já não executarem um perfeito arabesque, quando os pés não aguentarem as pontas e o equilíbrio se for. Porque mais do que uma ocupação, ser bailarina é um estado de espírito e um modo de vida. O meu. Aqui fica o relato das minhas piruetas, dentro e fora dos palcos...

quarta-feira, janeiro 23, 2008

When God closes a door, somewhere he opens a window

Fechei todas as portas à minha volta e caminhei resoluta para uma única. Esta abriu-se facilmente e, do outro lado, o que eu sempre esperei.
Agora que esta ameaça fechar-se com estrondo na minha cara, vejo-me subitamente num beco sem saída.

Abrir-se-à uma janela de esperança para mim?

2008 afigurava-se tão promissor...

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Vão-se os dedos, ficam-se os anéis

Outro dia, em navegação pela internet, deparo-me com uma colega bloguista que afirmava ser muito desastrada. Apeteceu-me de imediato postar algo semelhante.

"Olá, o meu nome é Mariana e sou desastrada".
Desastrada, despistada, descuidada, distraída...
Bato vezes seguidas na mesma esquina da mesa, vou de encontro objectos que há anos se encontram no mesmo lugar, derrubo coisas, queimo-me, raspo-me, trinco-me, arranho-me.

Ainda ontem, vinda do supermercado com uma garrafa de vidro no saco, bato com a dita num pilar (por sorte não se partiu) e tive o mesmo desabafo de sempre para a minha amiga "sou mesmo desastrada".
Minutos depois, ao som de Zucchero, preparadas para cozinharmos a nossa 1ª refeição na sua nova casa, entre rodelas de batata, uma de dedo polegar.

"Eu não te dizia que sou mesmo desastrada?"

Uma ida entre risos e estupefacção ao hospital e um polegar enfaixado do tamanho de um pequeno Sunday.
Ah, e o jantar adiado sine die (e substituido por uma pizza previamente fatiada pelo empregado).

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Fim das festividades

Em Aveiro, a época festiva termina mais tarde.
Vem o Natal, o Ano Novo, os Reis... e por fim o S. Gonçalinho.

O mesmo será dizer que andamos perto de um mês em constante aguçar das papilas gustativas e alargamento da zona abdominal.
Ele são as rabanadas, a aletria e os formigos no Natal; depois, os bolos variados numa mesa permanentemente posta; o bolo-rei não falta (frutas cristalizadas minuciosamente retiradas) e por fim as cavacas de S. Gonçalinho.

Para mim, quanto mais duras melhor (tenho bons dentes, sempre me disse o meu dentista). E as que me sabem verdadeiramente bem são as apanhadas do cimo da capela. Mas a temeridade já não é tanta como há uns anos atrás...
Quando era gaiata (aqui, uma inequívoca influência Taralhocal), divertia-me a passar uma tarde de nariz para o ar, à espera que o sino tocasse a anunciar mais uma "chuva" de cavacas. E apanhava-as: se não nas mãos (ainda pequenas), do chão onde elas caíam (uma sacudidela e já está).
Hoje, gosto de observar a uma distância de segurança e esperar que uma caia perto de mim...

Na 2ª feira, a arruada percorre toda a beira-mar. De braço dado, vamos dançando e cantando as músicas tradicionais do Santo (cada vez mais, intercaladas com Quim Barreiros e afins...). Breves (ou não) paragens frente às moradas dos mordomos, para abastecimento dos mesmos e bailarico entre o povo.
A romaria termina dentro da capela, pequena e lotada, cheia de gente e de música, de emoção e devoção.
A ceia em casa da Sofia não falta. Gosto daquela casa de paredes altas, do jantar tradicional preparado pelas hábeis mãos da D. Elisabete, das histórias da Beira-Mar, do ambiente familiar à volta da mesa.
Gosto do S. Gonçalinho.
Até para o ano.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Últimas

O membro nº 3 do gang estradal (como por ela fomos apelidados), vem publicamente insurgir-se contra a velocidade máxima dentro das localidades que, possivelmente, daqui a algum tempo entrará em vigor: 30 km/h??????

Agora é que elas vão chover...
Não é que eu seja algum Fangio, mas como diz o Miguel, há pessoas que correm a essa velocidade!!

Ps, Sofia e Mia, não mais gritar, em jeito de brincadeira, PCTP - MRPP?? Acabem com os PNR, mas não com o partido cujo nome é o mote de brincadeiras...

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Calinadas... ou pérolas de sabedoria

Inicio hoje o capítulo das calinadas que por aqui se ouvem. Comecei por escrevê-las num papelinho mas o medo que o autor das ditas o apanhasse por aí perdido levou-me a imortalizá-las neste espaço. Só espero que não descubra a via para o local da sua vergonha...

"Apanhou a doença de Alzheimer".
Coitadinho, se calhar não se agasalhou bem, ou então andou com pessoas de higiéne duvidosa, talvez não tenha tomado as precauções de segurança necessárias... e pumba! Lá apanhou o raio da doença...

terça-feira, janeiro 08, 2008

Aviso dos CTT - carta da GNR

"Hoje recebi uma prenda, deve ser daquela em Palmela, o ano passado" - diz o pai.
"Talvez seja para mim" - riposta a mãe - "há dias atravessei um amarelo muuuuito carregado".
"Ó gente" - diz a filha - "isso é a minha multa de estacionamento de há um mês atrás".

Pai vai ao correio: "a multa é de excesso de velocidade; foste apanhada pelo radar. São 120 €"

Que bela família de meliantes, hã?

E os 120 € que seriam tão bem gastos nos saldos... Resta-me contactar o MEU advogado...

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Odeio 2ªas de manhã.
Durmo mal na noite de domingo, acordo chateada, a cada passo penso como seria maravilhoso ganhar o Euromilhões, a semana inteirinha à minha frente parece-me a maior desgraça que me podia ocorrer.
Já são 12.47: a hora de almoço aproxima-se. Estou bem melhor. Já só faltam 4 dias 1/2.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Balanço

Já há muito que não tinha um virar de ano com tanta paz de espírito.
Desde 2003 que este se revestia de uma certa angústia pela incerteza do ano que inteirinho se perfilava perante mim.

Na passagem para 2004, temia o início da vida laboral. Terminara o curso em Outubro último e depois de alguns meses de férias, chegava a altura de iniciar o estágio. O receio pelo desconhecido, aliado à falta de gosto pela advocacia, angustiavam-me.
2004 veio a revelar-se provavelmente o pior ano da minha vida. Julgo que nunca me senti tão infeliz como naqueles dias em que diariamente apanhava o comboio das 7.30 para o Porto, em que mais parecia que me dirigia para a forca.
Cidade outrora amada, tornou-se local de tortura e a simples passagem ao largo, em direcção da casa dos meus avós, era motivo suficiente para me deixar nauseada.

O ano de 2005 iniciou-se com a incerteza dos resultados dos exames que fizera em Dezembro. Deles dependiam o meu futuro (profissional): passando, seguiria a minha vocação; em caso contário, teria de voltar ao sofrimento do ano anterior. A perspectiva era aterradora.
Felizmente consegui. Mas à alegria do sucesso, seguiram-se meses de estagnação e de expectativa: o desenrolar do concurso era lento e foi necessário todo o ano de 2005 para finalmente surgir a notícia do estágio.

A passagem para 2006 revestia-se assim de uma nova ansiedade: trabalhar num novo local, com novas pessoas, numa área, que embora do Direito, me era praticamente desconhecida. O medo de descobrir que afinal não queria seguir notariado (e nesse caso, qual alternativa?) e de, num momento posterior, me lançar sozinha, com um espaço e responsabilidades só minhas.
2006 foi um ano muito bom: adori o estágio e as pessoas com quem convivi durante um ano. Confirmei vocações, consolidei conhecimentos. Tive o privilégio de trabalhar na minha cidade. Dancei muito.

2007 iniciava-se com grande responsabilidade. O Cartório estava quase pronto a abrir portas. Era altura de tomar as rédeas da minha profissão. Seria capaz? Resultaria?

Há um ano atrás dizia:
"Espero daqui a um ano poder fazer um balanço pelo menos tão positivo como o anterior".

É com muita satisfação que posso dizer que sim. Não sei se 2007 foi melhor que o ano anterior, mas foi um bom ano.
A 1 de Fevereiro abri portas do MEU cartório. Com um arranque calmo, cuidadoso, comecei a conhecer pessoas, a fidelizar clientes, a tratá-los pelo nome, a reconhecer as suas vozes ao telefone, a crescer. Não tenho grandes ambições. Resultou.
Houve, claro, momentos de incerteza, de insegurança, de descrédito nas minhas capacidades; mas nada que uma boa noite de sono, um telefonema a um colega mais experiente ou um ombro amigo não curassem.

Em 2007 cheguei a Oz e dele me despedi quse no fim do ano.
Em 2007 fiz algumas viagens que me deixaram memórias boas: Barcelona, em Abril, numa maratona de carro; Algarve em Agosto para descansar um pouco e dar alguma cor ao corpo; Melgaço em Setembro, para um fim de semana com o namorado; Suécia em Outubro para matar as saudades de uma amiga e descobrir um país lindo.
Do lado de lá da fronteira recebi boas amigas que há muito não via, dias de sol inesquecíveis com muitas fotos à mistura. O regresso de uma delas uns meses depois para, em jeito de surpresa, me ver no palco.

Em 2007 Nós crescemos. Nada definido, nada falado concretamente, mas o desenho de um futuro, o prenúncio de algo mais. O sentimento sempre, cada vez mais forte, mais coeso, mais maduro.

Em 2007, algumas perdas. As primeiras.

2008 começa tranquilo. O Cartório segue o seu curso. Uns meses melhor, outros menos bem. As dúvidas surgem, mas são encaradas com maior serenidade. As relações pessoais são estáveis e felizes. Há projectos de inúmeras viagens. De alguns bailados.
Por isso digo que na passagem de ano não houve lágrimas. Sem anseios, angústias ou incertezas. Gosto de entrar no novo ano com esta tranquilidade. Como há muito não acontecia.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Um ano que acaba

Este ano não houve lágrimas à meia noite, nem de nostalgia, nem de receio pela novidade do novo ano.
Houve um chegar à praia em cima da hora, a meia noite quase perdida dentro do carro, a rolha do champanhe a saltar antes do tempo, uma contagem decrescente atabalhoada após o rebentar do primeiro foguete no céu por cima de nós.

E houve 4 dias de festa entre amigos.


Bom 2008!!