bailaroska

Bailaroska. (Quase) desde sempre e para sempre. Mesmo quando as pernas já não executarem um perfeito arabesque, quando os pés não aguentarem as pontas e o equilíbrio se for. Porque mais do que uma ocupação, ser bailarina é um estado de espírito e um modo de vida. O meu. Aqui fica o relato das minhas piruetas, dentro e fora dos palcos...

terça-feira, maio 27, 2008

Eurovision Freaks

Jantar às 19 h para que à hora do grande evento não haja lugar a distracções.
Tabela com o nome de cada país concorrente e de cada membro (caseiro) votante.
Pontuações.
"Torcida" pela canção favorita. Vaia das que menos se destacam.
Vibração (ou não) com a votação dos países.
Desalento pelo fraco lugar alcançado.

Foi assim que no passado sábado, eu e o Fernando (incautos!) nos vimos no seio deste peculiar ritual familiar.
Eu gostava da nossa Vânia. Achava muita piada aos Piratas das Caraíbas Letãs. Linda a da Sérvia.
Mas acabou por ganhar o Mikael Carreira da Rússia (o qual deve agradecer os meus 7 pontinhos - em 20 - ao facto de ter levado, ainda que num mísero metro quadrado de pista gelada, o meu querido Evgueni Plushenko)

A família ficou com azia. Eu e o Fernando comemos mais uma fatia de bolo.

sexta-feira, maio 23, 2008

Experiências

Imaginem um telemóvel que, em sobreposição à música do toque, anuncia em voz alta e metálica o nome de quem está a ligar (desde que, obviamente, o mesmo esteja gravado na memória do dito).
Imaginem agora que decidem explorar as potencialidades desta função, gravando na memória do telemóvel nomes menos... próprios/ usuais.

Foi lavados em lágrimas de tanto rirmos que fizémos a viagem de Aveiro a Coimbra.

segunda-feira, maio 19, 2008

Um fim de semana bem preenchido parece mais longo do que na realidade é. E este valeu por dois...
Foi um fim de semana de dança, jantares com amigas, passeios a 2, lazer e desporto. Sem um minuto de marasmo. Passaram só 2 dias?

Começa às 18.30 de sexta-feira, com uma master class de ballet clássico, dada no Teatro Aveirense por um antigo bailarino da Companhia Nacional de Bailado, que numa mistura hilariante de português, inglês, alemão e russo nos proporciona uma aula interessante e divertida. Dança e risos: a combinação perfeita!

Reposição de forças num jantar a 3: pizzas, crepes, champanhada e a recuperação de 1 mês e meio de ausência de notícias, contactos e abraços.

O último espectáculo acabou faz tão pouco tempo e já as hostes se animam para o próximo. As primeiras ideias começam, lentamente, a serem experimentadas. E assim corre veloz a manhã solarenga de sábado.
Tempo para um rápido almoço antes da próxima paragem: uma tarde com as "BAM". Picnic no chão da sala da Dri. Queijos, patés, enchidos, pão saloio. Uma taça de vinho para quem aprecia, um copo de sumo para as abstémias. Fruta fresca para desenjoar.
As 21.15 no relógio de parede e a corrida para o Teatro Aveirense: 3 coreografias apresentadas pela CNB. As cores, a música tradicional italiana, o ritmo quente e desenfreado e os gritos de entusiasmo fazem-nos querer subir para cima do palco. Refreamos o desejo e transferimo-lo para uns minutos intensos de aplausos. Bravo!

A mala já está no carro, que me conduz para O.Azeméis.
A alvorada é bem cedo e com os olhos ainda ensonados marcamos "Manteigas" no GPS. O gozo tardio de uma prenda de aniversário leva-nos ao Skipark para a 1ª experiência de Snowboard. Das 10 às 13 perdemos às vezes que vimos o chão de perto. De costas, de frente, de joelhos: exploramos as diversas formas de aterrar na pista de neve sintética. Num ou noutro momento de inspiração, conseguimos deslizar suavemente ao longo da pista.

Para mitigar o enorme cansaço, premiamo-nos com uma fabulosa pizza numa trattoria local tradicional.
No regresso, cedemos ao impulso consumista no recente Palácio do Gelo em Viseu. Música, filmes, vestuário e muita água para combater a desidratação.
Os olhos pesam, das 6 horas dormidas em cada uma das noites passadas.


Um risotto e um gelado.
Cama.
Sorriso de felicidade.






quarta-feira, maio 14, 2008

Ciao maestro

A minha paixão pelo futebol já não é a mesma de outros tempos.
Na minha adolescência, ía de mau humor para a escola se o Benfica tivesse perdido na noite anterior. Envolvia-me em acesas discussões se algum adepto de uma equipa contrária denegria o meu clube. Via todos os jogos e mais alguns.
Hoje, continuo a ser "tiffosi" do SLB, sigo na televisão os jogos mais importantes (ou aqueles que o meu namorado me obriga a ver se estiver em casa dele à hora da transmissão), torço pela equipa e alegro-me com as suas vitórias. Mas sem grandes efusividades...

Acho que faz parte do processo natural de crescimento.
(Excepção: fanática mesmo continuo a ser da Selecção. Vivo com verdadeira euforia cada vitória e com sentido luto cada derrota. Parece que relativamente à equipa nacional não cresci emocionalmente...)

Mas dizia eu...
Não obstante esta quase apatia relativamente ao campeonato nacional, não poderia deixar de dizer adeus ao timoneiro do Benfica.
Foi ele (a par do J.Pinto, é certo) o meu ídolo da juventude. O meu modelo de futebolista, quer pelas suas capacidades técnicas, quer pelo seu espírito de liderança, pela sua integridade dentro e fora dos relvados.
Frase batida, eu sei, mas ele é um Senhor.

E tenho pena de o ver pendurar as chuteiras. Não só porque gostava muito de o ver jogar, da forma como interagia com os companheiros e com o público, mas também porque assisto, de alguma forma, ao encerrar de uma época da minha vida.
O Rui Costa fez parte da famosa geração de ouro, que cresceu comigo (embora com uns anos de diferença). Vi, embora ainda sem muito entusiasmo, o início da sua gloriosa carreira e acompanhei o seu percurso brilhante. E agora assisto ao seu termo. Não deixa de ser triste...

[Não imagino o que seja deixarmos de vez algo que amamos tanto fazer... Não quero sequer pensar em como me sentirei quando deixar de dançar e subir pela última vez a um placo...]
Fica a imagem de um homem adorado por todos os clubes e países (2) por onde passou. Que orgulho ver um estádio de pé a aplaudir um jogador da equipa adversária com a qual estão a disputar uma importante partida. Nem todos (quase nenhuns o conseguem). O Rui Costa conseguiu-o.


Até sempre, maestro!

segunda-feira, maio 12, 2008

Queima 2008

Todos trabalhamos. Todos temos as nossas agendas ocupadas. Vivemos em cidades diferentes. Temos os nossos hobbies e passatempos.
Resta pouco tempo para nos juntarmos e disfrutarmos dos momentos que nos fizeram ser amigos como somos.
A altura da Queima, a par do Natal e de um ou outro aniversário, reune-nos sempre num animado convívio. Este ano, a data marcada no calendário era o dia 10. E ele lá chegou, assim como depressa se foi.

Faltaram à chamada elementos vitais, como a nossa Taralhoca. A sua falta foi mais do que sentida e muito em sua honra aqui venho relatar esse jantar, acompanhado de uma (fraca) reportagem fotográfica.

De Aveiro saí com a Sofia, que perdida pela capital já não via há mais de um mês. Depois de mil voltas para deixar a carroça (Coimbra estava à pinha, para aquele último dia de festa), somos abordadas à porta do restaurante por insistentes psst psst. Nada de assédio, que somos moças de muito respeito. É sim a Sophia (com ph) e seu J., sempre bem dispostos. Os restantes figueirenses (?) - Roque, Madaleno e Patricia namorada- chegam com alguns minutos de atraso mas com boa disposição na bagagem humor mordaz sempre pronto a saltar.


Os últimos a chegar são o Simão (no escritório até à última) e a Lili e o Nelson (vá, têm a desculpa de vir lá das montanhas da Lousã).



(o poder do flash)
Um brinde é feito: a mim, pela mudança do local de repasto. Passámos do sempre Eurotrópico para o Nacional, um restaurante mais adulto, como salienta o Roque e como é constatável pelos jantares de amigos já com filhos que nos rodeiam ("não será tão giro quando formos nós?" - pergunta a Sofia sem ph - "NÃÃOOO", respondemos nós em uníssono).

Do primeiro e inocente amor da sobrinha da Sofia descamba a conversa para bolinhas saltitonas e vãos de escada. O Nelo e a Idália, reencarnados em 2 dos nossos amigos, fazem também a sua aparição.

(Nelo e Idália)

Quem também aparece é o Miguel, com o seu fiel amigo Capone, que contribui em muito para a animação da mesa e para o aumento considerável do ruído ambiente.

Este ano a aposta é mais soft mas não é levada a cabo pelo desafiado: assinar o gesso do braço de uma das meninas da mesa vizinha.
Já na rua, descobrimos que um dos convivas ficara para trás a terminar um digestivo e a cumprir o desafio que o companheiro deixara por mãos alheias.

A malta está velha e metade do grupo dá a noite por teminada. Restam "os duros": eu, Miguel, Sofia, Rique, Simão e Capone. Os James esperam-nos e o churro de chocolate também.
O concerto já vai a meio, mas ainda conseguimos saltar ao som de "Sometimes", "Laid" e "Sit down". Os pulos foram muitos e o Gordinbunk já está totalmente digerido, pelo que me recompenso com o referido. Mais 0,50 € que o ano passado, mas igualmente saboroso.
Fazemos ronda pelas várias tendas, tentamos não perder o nosso proprio presidente da Câmara, que qual autarca pára a cada 2 metros para cumprimentar uma cara conhecida.
Concluimos que já não vivemos a Queima das Fitas como antigamente.
A Queima agora é mais sandes de porco.
E é assim mesmo que a noite termina: com as artérias um pouco mais entupidas e os olhos a fecharem-se de sono.


segunda-feira, maio 05, 2008

Bem sei que o assunto é recorrente, mas num blog em que o ballet ocupa um espaço muito central é inevitável voltar a bater na mesma tecla...

A cada espectáculo que realizamos, segue-se uma inevitável melancolia e sensação de vazio. A intensidade da angústia é absolutamente proporcional à da alegria e entusiasmo que estão inerentes a cada actuação.

Vivo para estes momentos de palco, ensaios e bastidores e sinto que morro um pouquinho no final de cada um deles.
A rotina do dia-a-dia parece-me mais feia e cinzenta nos dias que sucedem a estes de cor, tules e sapatos de ponta.

Sim, acabou mais um espectáculo.