bailaroska

Bailaroska. (Quase) desde sempre e para sempre. Mesmo quando as pernas já não executarem um perfeito arabesque, quando os pés não aguentarem as pontas e o equilíbrio se for. Porque mais do que uma ocupação, ser bailarina é um estado de espírito e um modo de vida. O meu. Aqui fica o relato das minhas piruetas, dentro e fora dos palcos...

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Domingo de neve e música

Este foi um domingo em que pensei que a viagem a Lisboa me traria apenas um espectáculo. Eis senão quando, na viagem para lá, me deparo com um outro totalmente inesperado. Pensei que o comboio em que seguia tivesse feito um desvio até à Suíça ou Áustria, pois a paisagem que via das janelas era digna de tais países: neve! Neve aos montes, nas casas, nas árvores, no chão! Um manto compacto e fofo de flocos branquinhos.
A única vez que tinha visto nevar fora há 3 anos, em Itália, onde, ao contrário das demais pessoas que circulavam pela rua e procuravam abrigar-se, corri contente, sorrindo como uma criança.
Em Portugal, neve, só no chão da Serra da Estrela; caída do céu não me recordo...


Em Lisboa, no Coliseu dos Recreios (raio de recinto, mais parece um circo gelado! - kispo e cachecol nem sequer foram removidos!), vi a Miss Saigão. Mais um musical a juntar à lista do "vi, gostei, para quando o filme?"
Aplausos de pé e lagrimita ao canto do olho (a última, as outras já tinham escorrido pela cara) foram a justa aclamação ao talento dos artistas.
Para quem gosta de histórias de grande amor, algum dramatismo e finais não muito felizes, recomenda-se!

Nota para mim: não voltar a viajar de pendular. Ou então tomar comprimido anti-enjoo previamente .

sábado, janeiro 28, 2006

Fim de semana

Que bem que sabe um sábado de manhã...

Ha já uns largos meses que eu não saboreava um fim de semana. Um domingo não era diferente de uma segunda e uma sexta à noite não era mais especial que uma qualquer noite da semana.


Agora todos os minutinhos destes 2 dias são apreciados ao máximo; o fim de tarde de sexta-feira traz uma nova alegria e ficar na cama até às 11 da manhã é um privilégio a que dou muito valor.

Bom fim de semana a todos!

sábado, janeiro 21, 2006

E ao fim da primeira semana...

SOBREVIVI!!

Bem, tenho de dizer que foi mais do que mera sobrevivência (desta forma parece que me arrastei penosamente pelos cinco dias até ver a luz do fim de semana).
Cheguei, vi e gostei. Ainda demorará muito para vencer, mas conto um dia poder dizê-lo.

Desde logo, gosto do ambiente. Os funcionários são simpáticos, receberam-me bem e ajudam-me no que podem. Durante os primeiros tempos vou estar a acompanhá-los no atendimento ao balcão, pelo que foi o que fiz na última semana: procurações, reconhecimentos de assinaturas, marcações de escrituras (com tudo o que isso envolve, como tirar dúvidas aos clientes, indicar os elementos necessários para a sua realização), etc.
Como todo o serviço de atendimento ao público, vê-se um pouco de tudo e nestes poucos dias já me ri um bocado (como uma mulher que pregou, sem razão aparente, um estaladão ao marido,o qual não tugiu nem mugiu!; herdeiros exaltados num processo de partilha...).


Posso dizer que estou satisfeita: estou a aperceber-me de que vou gostar de trabalhar neste meio. O trabalho parece-me interessante, diversificado e adequado ao meu perfil. Mas não consigo deixar de me sentir assustada: tenho apenas três meses para aprender uma imensidão de coisas. Cada caso que surge põe a descoberto a minha total ignorância prática (e muitas vezes teórica, também). Quero absorver o mais que posso e tenho medo que o tempo de que disponho não seja suficiente. É claro que dúvidas surgem ao longo de toda a nossa vida, mesmo quando se trabalha no ramo há anos e anos; mas há coisas básicas que eu ainda não apreendi e sem as quais não me posso aventurar sozinha.

Daí que a par da satisfação que sinto por estar a confirmar as boas expectativas que tinha relativamente ao notariado, sinta igualmente um leve desespero quando me apercebo da enormidade de coisas que tenho de aprender em tão pouco tempo...


Não posso deixar de referir que é para mim uma enorme felicidade estar em Aveiro. Ir a pé para o trabalho por ruas tão minhas conhecidas, almoçar em casa e relaxar um pouco, sair ao fim da tarde e não ter ainda uma hora de comboio a separar-me do meu descanso.
Agora sei qual a vantagem da minha (tão má) experiência no Porto: serviu-me de ponto de comparação. Levantar horrivelmente cedo, arranjar-me ao minuto para não perder o comboio, passar horas neste, trabalhar numa área que não gosto, sentir-me intimidada pelo meu patrono, não ter tempo para mim, andar permanentemente exausta...

Agora já não acordo, diariamente, com a música dos Humanos a martelar-me na cabeça "muda de vida..."; já não me arrasto até ao escritório; já gozo bem o fim de semana sem chegar a sábado à tarde e já estar a pensar em segunda...

Sei que é só o início, mas está a ser um bom começo. Espero que, quando os verdadeiros desafios se me depararem, eu esteja à sua altura.


Working ballerina

Um beijo muito grande a todos os que me desejaram felicidades!

domingo, janeiro 15, 2006

Vindo daqui

Há 10 anos atrás...
1. Andava no 10º ano.
2. Vestia-me de calças de ganga e t-shirts largueironas.
3. Tinha o quarto forrado a posters dos Bon Jovi.

Há 5 anos atrás...
1. Tinha uma outra relação que estava a entrar em fase de ruptura.
2. Estava no 3º ano de faculdade e vivia em Coimbra.
3. Tinha menos 2 quilitos...

Há 2 anos atrás...
1. Comecei estágio em advocacia e com ele iniciou-se uma das piores fases da minha vida. Comecei a ir todos os dias para o Porto.
2. Andava insuportável, o que quase causou um grande dano na minha relação com o M.
3. Andava nostálgica pelo fim recente do meu curso e pela consequente separação dos meus amigos.

Há 1 ano atrás...
1. Estava expectante pela saída dos resultados das provas do concurso de notariado.
2. Iniciava-se o meu "ano sabático" (=não fazer porra nenhuma), não sem sentimento de culpa (perante os meus pais) à mistura.
3. Andava a fazer uma pós-graduação que me levava de volta à minha Coimbra (e à minha faculdade) todos os sábados.

Ontem...
1. Fui ao teatro (Romeu e Julieta - texto original).
2. Cozinhei o meu jantar... e estava óptimo!
3. Sessão de home cinema (diário de bridget jones e o novo diário de b.j.)

Hoje...
1. Rasguei dois pares de collants pretos e tive de telefonar à minha mãe p me comprar uns de urgência.
2. Fui ver o jogo de basket do meu amor.
3. Estou nervosa (ver amanhã).

Amanhã ...
1. Vou iniciar o meu estágio.
2. Vou levantar-me às 8 da manhã (em contraste com as 11 q andava a praticar desde há 1 ano)
3. Vou estar feliz... triste... preocupada... who knows?

Cinco “coisas” sem as quais não consigo viver:
1. O meu Amor.
2. Amigos e família
3. Ballet
4. Comida
5. Cinema

Cinco coisas que compraria com 1000 euros:
Uma viagem à EuroDisney com o Miguel, o q inclui:
1. bilhetes de avião
2. estadia
3. bilhetes de entrada
4. comida
5. "regalos"

Cinco maus hábitos que tenho:
1. Ser impaciente com a minha mãe, sem qq razão.
2. Não ter coragem de dizer certas coisas a certas pessoas.
3. Comer muitas bananas (soube recentemente que têm mt potássio, o qual em excesso é prejudicial).
4. Irritar-me muito a conduzir.
5. Não conseguir controlar as lágrimas se alguém me levanta um pouco a voz.

Três coisas que me metem medo:
1. Alturas/aviões
2. Escuro após ver filmes de terror
3. Morte

Três coisas que tenho vestidas:
1. os 3ºs collants comprados pela minha mãe, de urgência
2. Saia preta
3. Cuequinhas da oisho

Três coisas que quero mesmo muito neste instante:
1. Ir para o quentinho da minha cama ler o meu livro.
2. Beber um copo de água.
3. Telefonar ao meu amor para saber se o joelho dele está melhor.

Três lugares que gostava de visitar
1. Nova Zelândia
2. Mais do Brasil
3. Peru

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Novo desafio

Segunda feira começo o estágio no cartório notarial, cá em Aveiro. Estou ansiosa, expectante e hei-de estar nervosíssima mais lá para domingo à noite.
Finalmente vou experimentar a área que sempre quis. Tenho medo; não de não gostar (porque acho que vou) mas de falhar.
Nunca trabalhei a sério; digo a sério porque já estagiei num escritório de advogados mas a única coisa que aprendi foi a apanhar um comboio às 7.52 diariamente, carregar com códigos debaixo do braço e que as tartes de maracujá do Itaipú são mais baratas que as da pastelaria em frente e igualmente boas.

Agora não há tempo a perder. Tenho apenas 3 meses para aprender o máximo, para depois me ser possível voar com as minhas próprias asas.
Se o ano passado foi de (quase) total marasmo, em 2006 o calendário vai voar e as decisões vão ter de ser tomadas rapidamente. Em princípio, logo que terminar o estágio terei de concorrer a uma licença para abrir o meu próprio cartório. Terei de estar preparada, ainda que 3 meses sejam insuficientes para me lançar sem rede.

Enfim, agora tenho é de me preocupar com o estágio. E esse começa dentro de 3 dias.
Wish me luck! (nada de merda agora, Susy!)


Ps, a Rita não me apagou!!! Iupi!!!

terça-feira, janeiro 03, 2006

2006

Diz a gata que já não escrevo desde o ano passado. A verdade é que não tenho andado com muita disposição. Acho que o motivo é a melancolia pós-natal. Estou como a Susy: ó Natal, volta para trás!
Enquanto os avessos às festividades suspiram de alívio pelo avançar do calendário, nós, os loucos do Natal, entristecemo-nos pela sua partida...
É como esperar pela vinda de um bom amigo que apenas nos visita uma vez por ano, para a qual nos preparamos com semanas de antecedência, e que depois apenas se demora uns poucos dias...

O meu Natal foi igual a todos os anos, o que equivale a dizer que foi magnífico. Família, doces, música, animação, calor da lareira (e saia por ela queimada - ponto negativo da noite), presentes e missa do galo: todos marcaram presença.
Esta última foi algo de surreal: um padre que numa homilia de meia hora não consegue encontrar um fio condutor e lança frases sem nexo que pouco ou nada têm a ver com o nascimento de Cristo e que no fim quase obriga todos os presentes a irem beijar o menino; um órgão que convida a dançar ritmos latinos e o pai nosso cantado com acordes dignos de tony carreira ou marante. Maravilhoso!
De volta ao aconchego da casa, entramos na madrugada de 25 rindo às gargalhadas com os "soquetes" do Gato Fedorento. São 3 da manhã e deito-me na cama onde apenas durmo 2 vezes ao ano e que cheira à minha infância, sob o peso de inúmeros cobertores.

Na manhã de 25 há que acordar cedo: sabe-me bem o pequeno almoço de bolo-rei, rabanadas e formigos, os desenhos animados com o pai natal, os meus primos com os seus brinquedos novos (q cada vez mais se vão transformando em telemóveis e playstations).
À tarde, depois de um cabrito assado em casa palas hábeis mãos dos meus avós, o sr. dos anéis reúne pela enésima vez toda a família à volta da mesa da sala onde o pecado da gula continua a aliciar-nos.
Mas o relógio (lindos, os que o Miguel e a minha mãe me ofereceram) é implacável e as horas passam. O Natal já passou.

O ano novo depressa chega. Divertido. Passado no Buçaco com um grupo de amigos numa casa no meio da Serra. Jogos, música, karaoke foram os nossos divertimentos para aquela noite. E assim, num ápice, chegou o novo ano.
12 amendoins em vez de passas; contagem decrescente em cima da cadeira; o 1º beijo e abraço do ano dados ao meu maior amor; um brinde à vida e à felicidade.
Alguns desejos. Resoluções, nem por isso.

A todos os que por aqui passarem um 2006 feliz!