bailaroska

Bailaroska. (Quase) desde sempre e para sempre. Mesmo quando as pernas já não executarem um perfeito arabesque, quando os pés não aguentarem as pontas e o equilíbrio se for. Porque mais do que uma ocupação, ser bailarina é um estado de espírito e um modo de vida. O meu. Aqui fica o relato das minhas piruetas, dentro e fora dos palcos...

terça-feira, setembro 26, 2006

Nova temporada

As articulações ainda estão enferrujadas, os braços ainda não têm força e a resistência ainda é diminuta. Afinal, foram dois meses inteirinhos de férias, de relaxamento absoluto do corpo, de ausência de esforço.
Apesar disso, as professoras não são complacentes e a primeira semana já foi puxada; resultado: músculos doridos e fadiga.
Mas também um sorriso enorme por estarmos de volta ao que nos faz feliz.
De volta

terça-feira, setembro 12, 2006

O desafio da Sophia

6 amores, saudades, recordações... 6 pontos de reflexão

Ballet
"What drives me on".

Ao aceitar este desafio, foi esta palavra que de imediato me assaltou.
Porque é o que me motiva. É o que me faz sorrir a meio da tarde só de pensar que faltam apenas algumas horas para entrar na sala de aula e dançar, dançar. É o que me faz não lastimar tanto o fim das férias por tal significar o regresso à rotina diária das aulas.
As bolhas nos pés, as nódoas negras nas pernas, as unhas pisadas deixam de ser imperfeições para representarem marcas de esforço, de entrega à arte que tanto amo.
Porque adoro as horas intermináveis de ensaios que me roubam os fins de semana e condicionam outros projectos; porque adoro o cheiro da resina nos sapatos, a escuridão do palco e as luzes dos camarins.
Porque adoro o convívio, após um espectáculo e mesmo durante ele, com todos os que partilham desta minha paixão.

Porque apesar de ser formada em Direito e estar a iniciar uma carreira como notária me vejo, sobretudo, como bailarina. Faz parte de mim, molda o meu carácter, regula a minha existência. É a minha paixão, a minha devoção, o meu alento.
Mais do que uma ocupação, é um modo de vida.


Amor/Miguel
"A life without love?...But that's awful!!"
Não concebo uma vida, feliz, plena, intensa, sem amor.
Miguel: O meu yang, a minha metade da laranja, a minha cara metade, o que lhe quiserem chamar.
Não posso falar de mim sem falar nele, porque retirá-lo da equação é ver-me incompleta.
Ele é o grande amor da minha vida. Como já o disse várias vezes, senti-o desde o primeiro momento em que o conheci, ainda que não o pudesse afirmar e não o quisesse aceitar.
Para além de meu namorado e grande amor, ele é também meu companheiro, o meu maior amigo, o meu apoio, o meu porto seguro.
Amo-o, pela sua entrega, pelo seu carinho, pela sua dedicação e empenho, pela sua ternura, pelos seus arrebatamentos. E admiro-o, orgulho-me da pessoa que é e do carácter forte e determinado que tem; admiro a sua generosidade, franqueza, simplicidade, objectivos, lucidez, inteligência, perspicácia e coragem.


Não concebo um acordar para uma realidade da qual ele não faça parte; não imagino um deitar após um dia em que não tenha estado, falado, pensado nele.
Não acredito na felicidade sem ele.

Coimbra

Em Coimbra vivi os melhores anos da minha vida. Foi lá que me apaixonei perdidamente e foi lá que conheci os melhores amigos do mundo.
Coimbra começou por ser, aos meus olhos, uma cidade escura, velha, que me arrastava do
aconchego da cidade natal para semanas intermináveis de fastidio.
Terminou por ser a minha referência de felicidade, o berço de momentos bens passados, a memória de noites de diversão, de conversas que estreitaram laços, o palco de episódios memoráveis.

E por isso a saudade aperta.
Sinto saudades do meu quarto onde a janela não fechava bem, das fotos coladas na parede; de percorrer de manhã fria as ruas de Coimbra; de encontrar a Sofia nos Arcos para irmos juntas para a faculdade; da algazarra dos bons dias à porta da sala; dos almoços na cantina, em que "escandalizávamos" os demais com as nossas brincadeiras; dos cafés no Cartola ou no Couraça; dos convívios em casa uns dos outros; das noitadas no DD; de andarmos no jipe da Lili pelas ruas estreitas da Sé Velha; das queijadas que raramente comia; da Queima; da Serenata; das capas negras; da saudade que paira no ar de Coimbra...

Família
Sempre achei a minha família fenomenal, mas ao longo dos anos, e por comparação com tantas outras,tenho reforçado essa ideia e dado muito valor ao que nós temos.
Somos 18. Encontramo-nos com regularidade e procuramos nunca faltar a essas reuniões. Aniversários, Natal, Páscoa, Carnaval, são alguns dos motivos para nos revermos. Tudo sempre envolvido num ambiente de boa disposição, amizade, cumplicidade.
Os meus avós são o patriarca e a matriarca da família. Todos os adoramos e os respeitamos imenso; aos 80 anos, o meu avô tem uma vivacidade e energia invulgares e a minha avó mima-nos como todas as avós.
Somos 8 primos, com diferenças de idades que se vão esbatendo à medida que crescemos, aumentando assim a nossa proximidade.
Os tios são divertidos e ternurentos como devem ser.
Fazemos , pic-nics, sardinhadas, fins-de-semana eférias juntos
Raramente nos aborrecermos (zangar, nunca).

Dizem que família são aquelas pessoas que escolhemos para dela fazerem parte, não necessariamente as do nosso sangue; mas ainda que não tivessemos o mesmo apelido, eu escolhê-los-ía, um por um.

Amigos
Um dos presentes de Coimbra foi o grupo maravilhoso de amigos que fiz. Amigos para a vida.
Daqueles em que pensamos todos os dias, de quem sentimos saudade no minuto em que nos despedimos; que nos fazem viver de alegria antecipadamente, quando sabemos que vamos estar com eles daí a algumas semanas; por quem percorremos km para receber um abraço apertado.

Vieram enriquecer o meu núcleo de amizades, já de si tão preenchido por aqueles que conheci na minha infância ou adolescência, amizades que percorreram os anos, adaptando-se ao nosso crescimento, consolidando-se na idade adulta.

Todos eles ocupam um lugar especialíssimo no meu coração e na minha vida.
Adoro-os, muito.

Erasmus/Itália
Um projecto já antigo que em 2002/2003 se concretizou.
Sempre quis ser aluna de Erasmus: estudar num país estrangeiro; aprender uma língua diferente, que falaria fluentemente; conhecer pessoas de todo o mundo, com as quais viveria experiências inesquecíveis e criaria laços que ultrapassariam oceanos; viajar muito, nos tempos livres; divertir-me em festas todos os fins-de-semana; viver numa residência com um ambiente espectacular...

Da idealização até à realidade ocorreram algumas decepções.
Desde não termos lugar na residência desde início, não conhecermos praticamente ninguém, termos de estudar mais do que o que esperávamos, passarmos fins-de-semana aborrecidos sem nada para fazer...
Mas à distância tudo é minimizado. Ficou uma sensação boa de um semestre bem passado.
É verdade que não nos integrámos num grupo enorme de colegas; mas fizémos poucas, mas boas amizades. Pessoas que, com pequenos gestos, demonstravam preocupar-se verdadeiramente connosco: um mimo sem ocasião assinalada; o jantar feito após um longo dia de estudo; o jornal antes de apanharmos o comboio para uma viagem...
Não havia festas semanais, mas uma ou outra que ficaram na memória;
Não percorremos o país, mas visitámos lugares incríveis.

E passei a amar Itália; por pouco tempo que lá tenha passado, sinto que fiquei com uma costelinha italiana. Adoro a musicalidade e sensualidade da sua língua, adoro o povo italiano pela sua vivacidade constante; adoro a arquitectura soberba; os pratos deliciosos, a condução tresloucada... Adoro Modena e a sua pacatez e a rotina que lá criámos e que já era tão nossa.
Ficou a vontade de voltar.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Setembro

E assim chega Setembro.
Ainda há calor (não hoje), mas sinto que o Verão já acabou. O sol já não brilha da mesma forma e nem os dois bikinis novos que tenho na gaveta me puxam para uma ida à praia.
Por um lado, ainda bem que assim é; não imaginam a confusão que me faz trabalhar em Agosto; devia ser expressamente proibido e punido com severas sanções...

Assim, é deitar mãos ao (muito) trabalho que de novo recomeça.
Boa rentré para todos!


Ps, A pedido de várias famílias (na verdade, a pedido da única visada), e como já se passaram 15 dias sobre o fatídico acontecimento, venho publicamente retratar a Taralhoca: ela acabou por me dar os parabéns (ainda que só uns quantos dias depois e após interpelação de uma amiga comum).