AVATAR
O Natal foi lindo, como sempre. Bem, não como sempre, mais feliz e animado do que nos anos anteriores. Assim me pareceu. Todos estavam bem dispostos, com espírito natalício, o barulho das nossas vozes era ensurdecedor (o que é um excelente índice de bom ambiente), a noite passou a voar.
Este ano deixámos a missa do galo para os incautos que ainda desconhecem a verborreia ridícula e incessante do pároco de terra próxima. Assim, jantámos mais tarde; apresentámos uma montagem de fotos de toda a familia desde os tempos mais idos até à actualidade, com banda sonora de qualidade; abrimos as prendas sem olhar para o relógio (com um dos meus tios, o mais "trinca-piolhos", de minuto a minuto a meter-se conosco, os adeptos da dita missa, do alto de uma cadeira, perguntando: não vão missa do galo?).
Este ano não houve "desertores": todos dormiram na casa grande e fria que acolhe o nosso Natal. Nem me importei de partilhar a cama, dormindo assim menos bem.
O dia de Natal foi a continuação da celebração familiar da véspera, com muitos filmes à mistura.
Mas o que me fez sair do torpor e impulsionar a vontade cada vez menos frequente de arrancar frases ao teclado, foi o filme que dá titulo ao post de hoje.
Decidi vê-lo, sem muita convicção, no sábado dia 26, numa tarde em que muitos andavam às trocas dos presentes de Natal, outros tantos no cinema e eu sem companhia para nada fazer. O lugar na 2ª fila e os óculos 3D quase me demoveram do intento.
Salvé a persistência!
Há muito que um filme não me preenchia tanto, fazendo-me querer correr para casa para comentar o que tinha visto e incentivar outros a vê-lo. Procurei críticas, de espectadores, como eu, e de críticos mais abalizados. Muitos partilhavam o meu deslumbramento.
Não será um filme de grandes interpretações ( que não é, mas também não é filme para tal), terá alguns clichés. Seja.
Mas é um filme visualmente arrebatador. Um filme emocional. Que me fez sair da sala de cinema feliz. E com vontade a todos falar dele.
(E giros, que são os "mostrengos azuis", como lhes chamou o Miguel ;))
E eu nem sequer tive a experiância a 3D, uma vez que da fila onde eu estava os óculos pouco mais eram que um acessório inútil...