quinta-feira, dezembro 27, 2007
Chegada por volta das 16. A casa ainda está fria. A ainda ausência da multidão não justifica a lareira acesa.
Na mesa, as travessas fumegantes de aletria e formigos acabados de fazer. A tentação de cortar logo uma fatia. Os primeiros sabores do Natal.
Começam os preparativos: fritam-se rabanadas, cortam-se tronchudas, descascam-se batatas. Aos poucos a casa enche-se. A lareira já crepita e é seguro despir o casaco.
A noite cai e mesmo antes da ceia o estômago já está forrado das diversas iguarias que chegam das terras de cada um.
Um cd de Natal acompanha o bacalhau regado com muito azeite e alho.
É a vez dos pais dominarem o palco dos espectáculos. A bola passou para o lado deles e é em espanhol e inglês, com direito a maestro de saca-rolhas em riste, que nos entretêm antes da hora dos presentes.
Já não somos crianças há muito, quase todos adultos, mas ainda assim somos enviados para o nosso quarto de chamamento de pai natal. Não há os gritos de outrora, mas cumpre-se a tradição.
Os embrulhos são rasgados à pressa; há que sair para assistir à missa do galo a 15m de distância. Na Igreja fria, assistimos a uma homilia tão surreal quanto o presépio ao lado do qual nos postamos: durante 50 minutos, o pároco lê-nos entusiasmado um conto que de natalício tem muito pouco (uma prostituta angolana que dá à luz um filho de um militar português, que só passado uma década - e assim pareceu durar o relato - o reencontra em terras lusas).
Só posso imaginar quão pior terá sido o sermão do padre de Alijó...
O presépio de que falo tem 2 manequins de loja vestidos com as roupagens de Nossa Srª e de S. José, com os olhares vagos e algo sedutores de Barbie e Ken que esses bonecos costumam ter, os quais se encontram rodeados de uma parafernália de animais (entre os quais alguns patinhos de borracha, sapos estrábicos, galinhas de louça para colocar ovos, crocodilos de plástico com lagartixas às cavalitas and so on...)
É por entre risos que reentramos no calor da sala, onde ainda reina a confusão de papéis amachucados, presentes espalhados e comida sobre a mesa.
Algumas rabanadas e bombons depois, com um olho na Mary Poppins e outro no Eriksson recém recebido, com o relógio a passar para lá das 3, deito-me sob o peso de mil e um cobertores.
A rotina da manhã de 25: pequeno-almoço demorado e muito açucarado, programação natalícia na televisão e pijama até tarde.
A chuva lá fora e o dia perfeito para estarmos todos em casa, até tarde. Hoje ninguém tem pressa. Não há trabalhos de casa para fazer, exames a preparar ou namoradas para visitar. Os manos Marques voltaram (finalmente) à boas e voltam a provocar gargalhadas constantes na família. O avô também não fica atrás e com mais um copinho de vinho é ainda mais falador e castiço que normalmente.
Por volta das 20h a casa fica vazia. Na rádio, uma emissão especial de Natal leva-nos pelos êxitos de todos os tempos e de todos os gostos. Chegamos a casa ao som de Wham, "Last Christmas".
Mais um Natal que termina.
segunda-feira, dezembro 24, 2007
sábado, dezembro 22, 2007
segunda-feira, dezembro 17, 2007
E assim termina...
Por entre lágrimas de saudade deixamos Oz. Para sempre.
Não mais a estrada de tijolos amarelos nos levará até à cidade de Esmeralda.
Os caminhos tantas vezes percorridos não verão mais os 4 alegres amigos.
A derradeira viagem foi feita ontem. Restam-nos agora as memórias.
Os finais custam sempre. O "nunca mais" é aflitivo e dói. Custa voltar à rotina diária e cinzenta, depois de dias a fio passados no calor do teatro, por entre o colorido dos vestidos e a alegria da música.
Custa acordar e não seguir para o teatro onde nos esperam as caras risonhas, as meias de lã, os frascos de bebidas energéticas e os pacotes de chocolate.
Custa deixar-vos.
A vocês:
Que sabem perfeitamente o que sinto; que viveram comigo estes dias de stress mas de felicidade; que fizeram figas pelos outros, para que tudo corresse bem; que saltaram de alegria com os êxitos deles; que deram um abraço no momento preciso, que acalmaram as lágrimas dos que estavam mais em baixo; que gritaram palavras de incentivo segundos antes de entrarmos no palco; que choraram em conjunto a despedida deste universo mágico...:
Adoro-vos. Convosco sinto-me bem. Feliz. Leve. Eu.
Esquecemos as diferenças de idade, o modo de estar, as personalidades distintas. Somos todos bailarinos. Todos Ebianos. Todos amigos.
Encontramo-nos por aí...
Não mais a estrada de tijolos amarelos nos levará até à cidade de Esmeralda.
Os caminhos tantas vezes percorridos não verão mais os 4 alegres amigos.
A derradeira viagem foi feita ontem. Restam-nos agora as memórias.
Os finais custam sempre. O "nunca mais" é aflitivo e dói. Custa voltar à rotina diária e cinzenta, depois de dias a fio passados no calor do teatro, por entre o colorido dos vestidos e a alegria da música.
Custa acordar e não seguir para o teatro onde nos esperam as caras risonhas, as meias de lã, os frascos de bebidas energéticas e os pacotes de chocolate.
Custa deixar-vos.
A vocês:
Que sabem perfeitamente o que sinto; que viveram comigo estes dias de stress mas de felicidade; que fizeram figas pelos outros, para que tudo corresse bem; que saltaram de alegria com os êxitos deles; que deram um abraço no momento preciso, que acalmaram as lágrimas dos que estavam mais em baixo; que gritaram palavras de incentivo segundos antes de entrarmos no palco; que choraram em conjunto a despedida deste universo mágico...:
Adoro-vos. Convosco sinto-me bem. Feliz. Leve. Eu.
Esquecemos as diferenças de idade, o modo de estar, as personalidades distintas. Somos todos bailarinos. Todos Ebianos. Todos amigos.
Encontramo-nos por aí...
domingo, dezembro 16, 2007
sexta-feira, dezembro 14, 2007
"Seguindo a Estrada dos Tijolos Amarelos" - 3º dia
E já começa a cheirar a fim. Apesar de ainda faltar o essencial.
Hoje, em ambas as sessões, tivémos os miúdos mais barulhentos de toda a semana. Mas também os mais entusiastas nos aplausos (ou nas vaias, no caso da bruxa - e que melhor elogio podia ela receber).
Pela última vez, saída em glória pelo público e rebuçados atirados pelo ar, freneticamente apanhados pelos pequenos.
Estes dias foram essenciais para treinar um pouco para os espectáculos "a sério".
Amanhã é a doer.
Hoje, em ambas as sessões, tivémos os miúdos mais barulhentos de toda a semana. Mas também os mais entusiastas nos aplausos (ou nas vaias, no caso da bruxa - e que melhor elogio podia ela receber).
Pela última vez, saída em glória pelo público e rebuçados atirados pelo ar, freneticamente apanhados pelos pequenos.
Estes dias foram essenciais para treinar um pouco para os espectáculos "a sério".
Amanhã é a doer.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Wizard of Oz - 2º dia
Morro de cansaço. Sentimento geral.
Fazer dois espectáculos por dia, vir ainda trabalhar desde o fim da tarde até à noite e dormir pouco e mal deixam-me extenuada.
Felizmente, é um cansaço bom e de sentimento de dever (relativamente) bem cumprido.
De manhã, e para descanso dos pés que já se começam a queixar, os sapatos de ponta deram lugar aos de meia ponta; os nervos assim são imensamente reduzidos, permitindo-me pela 1ª vez relaxar em palco e aproveitar cada minuto.
À tarde os ditos voltam aos nossos pés mas a confiança que se vai acumulando ao longo desta odisseia faz com que tudo corra bem...
Estou derreada... mas feliz
Fazer dois espectáculos por dia, vir ainda trabalhar desde o fim da tarde até à noite e dormir pouco e mal deixam-me extenuada.
Felizmente, é um cansaço bom e de sentimento de dever (relativamente) bem cumprido.
De manhã, e para descanso dos pés que já se começam a queixar, os sapatos de ponta deram lugar aos de meia ponta; os nervos assim são imensamente reduzidos, permitindo-me pela 1ª vez relaxar em palco e aproveitar cada minuto.
À tarde os ditos voltam aos nossos pés mas a confiança que se vai acumulando ao longo desta odisseia faz com que tudo corra bem...
Estou derreada... mas feliz
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Já começou - 1º dia
E começou bem. Pela minha parte, não foi perfeito (e nunca o será, pois o meu nervosismo impede-me de dar o meu melhor), mas foi bem o suficiente para me deixar uma sensação boa.
Finalmente consegui relaxar o estritamente necessário para aproveitar o palco e o prazer que é dançar.
Hoje e até sexta fizemos e faremos dois espectáculos por dia para um público muito especial. Um público pequenino, mas entusiasta, que bate palmas e canta durante o espectáculo. Que no fim nos saúda como se fôssemos heróis e nos pede beijinhos como se esse fosse o maior prémio que poderiam receber. Nós retribuimos com carinho e rebuçados atirados pelo ar.
É bom dançar para crianças.
É bom dançar.
Convosco.
Até amanhã...
Finalmente consegui relaxar o estritamente necessário para aproveitar o palco e o prazer que é dançar.
Hoje e até sexta fizemos e faremos dois espectáculos por dia para um público muito especial. Um público pequenino, mas entusiasta, que bate palmas e canta durante o espectáculo. Que no fim nos saúda como se fôssemos heróis e nos pede beijinhos como se esse fosse o maior prémio que poderiam receber. Nós retribuimos com carinho e rebuçados atirados pelo ar.
É bom dançar para crianças.
É bom dançar.
Convosco.
Até amanhã...
terça-feira, dezembro 11, 2007
segunda-feira, dezembro 10, 2007
Dezembro é O mês
Dezembro é o mês de últimos ensaios, jantares com os amigos e gripes malvadas. Este fim de semana teve de tudo.
Último ensaio na escola, antes dos espectáculos que começam já a meio da semana. O ambiente cheio e quente de que me recordo desde sempre. Desde pequena que ansiava pelos últimos sábados do ano, em que no ensaio geral todos os alunos da escola se concentravam num espaço tão apertado para tanta gente, em que nós, as mais novas, olhávamos para as "grandes", que faziam "coisas difíceis" e ansiavamos ser como elas.
Hoje, a cena repete-se: as pequenas imitam os nossos gestos enquanto dançamos e conhecem-nos não pelos nossos nomes mas por Fada do Sul, Bruxa ou Espantalho...
A voz fugiu-me com a gripe, mas não a vontade de estar presente nO Jantar, pelo que consigo a proeza de, tendo acabado o ensaio às 20.30, estar em Coimbra 1h mais tarde com banho tomado e cabelo secado. Proeza maior realizam os meus amigos que conseguem chegar depois de mim.
Ausências de peso, mas presenças animadas. Não se falou do Irão nem do conflito israelo-árabe, embora ainda tenha havido leve (e breve) discussão sobre o caso de um certo jornalista de orelhas grandes (insuficiente para agitar as hostes).
As prendas estiveram bem: o Simão, após ter ameaçado quebrá-la, demonstrou que a tradição ainda é o que era, tendo, inclusive, aumentado a fasquia: não 1, não 2, mas 6 pais natal de chocolate!! E 4 ovos kinder!!
A fúria gulosa não tardou a fazer-se sentir e um dos pais-natal sucumbiu às nossas mãos, bem como 2 dos ovos, esventrados para se lhes retirar a bela surpresa que continham.
A bruxa da Taralhoca (salvo seja) não me veio parar às mãos com grande pena minha (seria o meu amuleto no Feiticeiro), mas divertiu o bar onde estávamos com as suas demonstrações de voo ao som das nossas palmas.
O espírito serrano possuiu metade da mesa e descobrimos novas funcionalidades de máquinas de lavar roupa e do licor beirão (tosse, tosse). Eu já não podia participar a 100% da loucura geral, dado o meu estado febril e de afonia, embora a Taralhoca tenha revelado boas capacidades para jogar ao "ler os lábios" do Party and Company, tentando traduzir ao resto da mesa o que eu sussurrava.
Este ano não houve after party em Serpins porque à excepção da suprareferida Taralhoca todos os morcões se cortaram (eu incluida). Ficaram-me atravessados os crepes que a Heidi confeccionou para nos tentar atrair ao seu palácio de gelo...
Bem, resta-me ir comendo os senhores de vermelho que em sorteio couberam ao meu namorado e que sobreviveram à gula dos convivas...
Segue-se extensa reportagem fotográfica
Os gajos
As gajas, by Madaleno
Malditos paparazzi!!!
O verdadeiro espírito serrano
A Xana integra-se perfeitamente nas patetices do grupo
Cá estão eles!!!
Pelo menos, este ano respeitou o orçamento...
"Mas o que é isto???!!!!"
Nós e a Bruxa
Último ensaio na escola, antes dos espectáculos que começam já a meio da semana. O ambiente cheio e quente de que me recordo desde sempre. Desde pequena que ansiava pelos últimos sábados do ano, em que no ensaio geral todos os alunos da escola se concentravam num espaço tão apertado para tanta gente, em que nós, as mais novas, olhávamos para as "grandes", que faziam "coisas difíceis" e ansiavamos ser como elas.
Hoje, a cena repete-se: as pequenas imitam os nossos gestos enquanto dançamos e conhecem-nos não pelos nossos nomes mas por Fada do Sul, Bruxa ou Espantalho...
A voz fugiu-me com a gripe, mas não a vontade de estar presente nO Jantar, pelo que consigo a proeza de, tendo acabado o ensaio às 20.30, estar em Coimbra 1h mais tarde com banho tomado e cabelo secado. Proeza maior realizam os meus amigos que conseguem chegar depois de mim.
Ausências de peso, mas presenças animadas. Não se falou do Irão nem do conflito israelo-árabe, embora ainda tenha havido leve (e breve) discussão sobre o caso de um certo jornalista de orelhas grandes (insuficiente para agitar as hostes).
As prendas estiveram bem: o Simão, após ter ameaçado quebrá-la, demonstrou que a tradição ainda é o que era, tendo, inclusive, aumentado a fasquia: não 1, não 2, mas 6 pais natal de chocolate!! E 4 ovos kinder!!
A fúria gulosa não tardou a fazer-se sentir e um dos pais-natal sucumbiu às nossas mãos, bem como 2 dos ovos, esventrados para se lhes retirar a bela surpresa que continham.
A bruxa da Taralhoca (salvo seja) não me veio parar às mãos com grande pena minha (seria o meu amuleto no Feiticeiro), mas divertiu o bar onde estávamos com as suas demonstrações de voo ao som das nossas palmas.
O espírito serrano possuiu metade da mesa e descobrimos novas funcionalidades de máquinas de lavar roupa e do licor beirão (tosse, tosse). Eu já não podia participar a 100% da loucura geral, dado o meu estado febril e de afonia, embora a Taralhoca tenha revelado boas capacidades para jogar ao "ler os lábios" do Party and Company, tentando traduzir ao resto da mesa o que eu sussurrava.
Este ano não houve after party em Serpins porque à excepção da suprareferida Taralhoca todos os morcões se cortaram (eu incluida). Ficaram-me atravessados os crepes que a Heidi confeccionou para nos tentar atrair ao seu palácio de gelo...
Bem, resta-me ir comendo os senhores de vermelho que em sorteio couberam ao meu namorado e que sobreviveram à gula dos convivas...
Segue-se extensa reportagem fotográfica
Os gajos
As gajas, by Madaleno
Malditos paparazzi!!!
O verdadeiro espírito serrano
A Xana integra-se perfeitamente nas patetices do grupo
Cá estão eles!!!
Pelo menos, este ano respeitou o orçamento...
"Mas o que é isto???!!!!"
Nós e a Bruxa
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Avizinha-se fim de semana em cheio.
Com início hoje à noite, num bar da cidade para comemorar aniversário de amiga recentemente reencontrada.
Sábado, pego no batente das 10 às 20h, o qual retomarei domingo pela tarde (ensaios, entenda-se).
Pelo meio, jantarada de Natal com Os de Sempre. Adivinham-se fotos a rodos, gargalhadas em número superior, prendas imagnativas e pais natal "simonenses", massas italianas e até filmes para aguentar a madrugada. Este ano as ruas de Coimbra dispensam manifestações exibicionistas do já conhecido por "Homem Nu".
Todos a postos?
Com início hoje à noite, num bar da cidade para comemorar aniversário de amiga recentemente reencontrada.
Sábado, pego no batente das 10 às 20h, o qual retomarei domingo pela tarde (ensaios, entenda-se).
Pelo meio, jantarada de Natal com Os de Sempre. Adivinham-se fotos a rodos, gargalhadas em número superior, prendas imagnativas e pais natal "simonenses", massas italianas e até filmes para aguentar a madrugada. Este ano as ruas de Coimbra dispensam manifestações exibicionistas do já conhecido por "Homem Nu".
Todos a postos?
quarta-feira, dezembro 05, 2007
terça-feira, dezembro 04, 2007
Tenho a certeza de que estou demasiado embrenhada na leitura quando...
... sonho que a mim cabe a tarefa de destruir para sempre Lord Voldemort e assim salvar a humanidade.
(Duvido é que com um pequeno punhal e um MP3 o consiga fazer...)
Importante Aviso à navegação: Embora esteja quase, ainda não terminei o livro, por isso nada de inconfidências. Os prevaricadores experimentarão a fúria assassina do referido MP3)
(Duvido é que com um pequeno punhal e um MP3 o consiga fazer...)
Importante Aviso à navegação: Embora esteja quase, ainda não terminei o livro, por isso nada de inconfidências. Os prevaricadores experimentarão a fúria assassina do referido MP3)